Após morte de preso, cinco dissidentes entram em greve de fome em Cuba

Cinco dissidentes cubanos declararam greve de fome para pedir a libertação dos presos políticos após a morte nesta semana de um oposicionista depois de 85 dias sem comer, disseram ativistas nesta sexta-feira (26).

A Comissão Cubana de Direitos Humanos afirmou que os protestos foram motivados pela morte na terça-feira de Orlando Zapata, preso político em greve de fome desde dezembro passado para protestar contra as condições de detenção.

Quatro presos deixaram de ingerir alimentos em dois cárceres da província de Piñar Del Río, no extremo oeste de Cuba, disse o grupo em um comunicado.

Também na cidade de Santa Clara, no centro do país, 270 quilômetros a leste da capital, o dissidente Guillermo Fariñas começou na noite de terça uma greve de fome e sede para exigir a libertação de 27 presos políticos que, disse, estão graves.

"A chama que Zapata acendeu com sua rebeldia não se deve deixar que se apague", disse Fariñas à Reuters por telefone.

"Se temos de nos imolar, vamos nos imolar para demonstrar ao mundo que a morte de Zapata não foi uma casualidade", acrescentou.

Psicólogo de 48 anos, Fariñas fez em 2006 uma greve de fome de vários meses para reivindicar livre acesso à Internet. Acabou sendo internado e alimentado por via intravenosa.

A morte nesta semana de Zapata, um encanador de 42 anos que cumpria uma pena de mais de 25 anos de prisão, foi criticada por países amigos e inimigos.

EUA, União Europeia, Espanha e outras nações pediram que Cuba liberte seus presos políticos.

O presidente cubano, Raúl Castro, disse lamentar a morte, mas responsabilizou os EUA por ela, a quem acusa de apoiar os dissidentes.

Cuba diz que em seus cárceres não há presos políticos e sim "mercenários" recrutados pelos EUA para destruir seu sistema socialista.

(Atualizado agora...)

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