PF anuncia oficialmente início de investigação sobre ataques hackers

A Polícia Federal anunciou oficialmente nesta sexta-feira (24) que começou a investigar a série de ataques de hackers a sites do governo nos últimos dias. Após o ataque aos sites da Presidência, do Senado e da Receita Federal, classificados como o maior da história da rede no Brasil, os hackers derrubaram na madrugada desta sexta a página na internet do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Federal, as investigações já estão em curso. Na quinta-feira, ao G1, a Polícia Federal havia afirmado que o órgão reunia informações para monitorar as ações dos hackers. Não serão divulgadas informações sobre a investigação para não prejudicar o trabalho dos agentes da corporação, segundo a assessoria da PF.

O site do Ministério da Cultura também apresentou instabilidade, em decorrência da sobrecarga de acessos por um único usuário. A equipe de infraestrutura do ministério trabalha com a possibilidade de que o site tenha sido alvo de hackers, mas não confirma o caso como um novo ataque. Após detectar e neutralizar a ameaça, o site voltou a funcionar normalmente.

A página do Ministério do Esporte ficou fora do ar na manhã desta sexta, mas por volta das 9h o acesso estava normalizado. A assessoria de imprensa da pasta havia informado na quinta que tiraria o site do ar para que seja feita uma varredura. Segundo a assessoria, o procedimento é padrão para o trabalho de rastreamento.

A assessoria da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), vinculada ao Ministério da Defesa, afirma que a página da autarquia foi tirada do ar propositalmente para reforço na segurança, para evitar possíveis ataques de hackers.

Grupo nacionalistaNo ataque ao site do IBGE, os hackers deixaram uma mensagem em que se denominam como um grupo nacionalista, "que deseja fazer do Brasil um país melhor'. O Fail Shell, nome do grupo que "pichou" o site do IBGE, promete ainda realizar neste mês o maior ataque a sites do governo da história.

Ao pé da página, os hackers ainda negaram ter relações com os grupos LulzSec ou Anonymous no Brasil, que seriam "grupos sem qualquer ideologia", segundo a mensagem deixada pelos hackers.

O LulzSecBrazil é apontado como o responsável pelos ataques que derrubaram sites do governo na madrugada de quarta-feira (22). Foi o maior ataque sofrido pelo governo, com mais de 2 bilhões de tentativas de acesso em um curto período de tempo, segundo o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O órgão informou que o ataque não causou danos às informações disponíveis nas páginas e partiu de servidores localizados na Itália.

A ação realizada pelos hackers na página do IBGE é diferente da que derrubou os portais da Presidência e do governo brasileiro na quarta. No caso do IBGE, foi feita uma “pichação” no site, ou uma alteração de página. Para derrubar os portais do governo, os hackers utilizaram sistemas que faziam múltiplas tentativas de acesso ao mesmo tempo, técnica batizada de “negação de serviço” e conhecida pelas iniciais em inglês DDoS (Distributed Denial of Service).


Grupo contrário
O canal de comunicação usado pelo LulzsecBrazil foi fechado por volta das 22h desta quinta (23). A decisão foi tomada pelos administradores da rede que também hospeda o canal usado pela operação do Lulzsec original.

Antes, o grupo divulgou na internet arquivos com supostos dados de políticos, como a presidente Dilma Rousseff, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o ministro da Educação, Fernando Haddad, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Um possível indício do surgimento de um grupo de piratas contrários ao LulzSecBrazil é a divulgação de um documento que acusa um hacker de ser líder do movimento brasileiro. Ele seria Al3XG0, um conhecido criminoso digital envolvido com o roubo de senhas bancárias e cartões de crédito e que mantinha um site que pegava informações de brasileiros usando uma falha no site do Ministério do Trabalho. O documento indica também nome, RG e CPF de uma pessoa que, segundo o texto, seria o hacker Al3XG0. Há ainda um link para uma fotografia, supostamente do hacker.

O LulzSecBrazil teria ligações com o LulzSec, responsável por ataques recentes a empresas de videogame como Sony e Nintendo, às redes de televisão americanas Fox e PBS e a órgãos governamentais americanos como a CIA (agência de inteligência americana) e o FBI (polícia federal), além do serviço público de saúde britânico, o NHS.

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