'Vamos conseguir tirar de letra', diz Lula sobre tratamento contra câncer

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (1º) que está "preparado" para enfrentar o câncer de laringe e que acha que vai conseguir "tirar de letra" o tratamento.

"Eu estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nos vamos conseguir tirar de letra. Basta que a gente siga recomendações médicas, basta que a gente faça aquilo que precisa ser feito e acho que vamos vencer essa batalha. Não foi a primeira e não será a última batalha que eu vou enfrentar", afirmou Lula, em vídeo gravado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, de onde teve alta após a primeira sessão de quimioterapia.

O vídeo foi divulgado no site do Instituto Lula, dirigido pelo ex-presidente. Ele agradeceu a "solidariedade" das pessoas.

“Eu quero mais uma vez agradecer ao povo brasileiro [pelo] carinho, pela solidariedade. O que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontecem com todo mundo, mas a gente pensa que só acontece com os outros. Nunca com a gente. (...) Com a solidariedade de vocês vai ser muito mais tranqüilo, mais fácil”, disse o ex-presidente.

Com a voz rouca, prejudicada pelo câncer, Lula disse que gostaria de falar “bem alto” seu mais famoso bordão, com o qual abriu praticamente todos os pronunciamentos oficiais à nação nos oito anos em foi presidente da República.

"Vocês percebem que minha voz não está boa ainda. Estou doido para falar bem alto um 'companheiros e companheiras' mais forte, mas não estou podendo ainda, mas de qualquer forma eu e Marisa agradecemos o carinho, de coração, pelas manifestações de vocês. Um beijo e até a primeira assembleia, o primeiro comício, o primeiro ato público”, disse Lula ao se despedir no vídeo.

Otimismo
Na mensagem, Lula também reforçou a imagem de otimismo que tem sido reproduzida por todos que tiveram contato com o ex-presidente desde o diagnóstico do câncer.
“Não existe espaço para ficar lamentando: ‘Ah, hoje o dia não foi bom'. Se o dia não foi bom, a gente faz ele ficar melhor amanhã com muita garra. Preste atenção numa coisa: sem perseverança, sem muita persistência, sem muita garra, a gente não consegue nada. E nenhum ser humano pode se deixar vencer por uma dor, por um câncer”, completou.
Mesmo a luta contra a doença sendo o motivo da mensagem, o ex-presidente fez questão de dar um tom político à fala e pediu que o povo brasileiro apóie a presidente Dilma Rousseff.
"A gente precisa continuar acreditando no Brasil, botando fé nesse país. Será inexorável a caminhada do país para se transformar em uma grande economia e na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. A gente tem que acreditar na nossa presidenta, ajudá-la, porque é assim que o Brasil vai para frente”, disse Lula.

Equipe médica
De acordo com Artur Katz, um dos médicos que tratam o tumor e que acompanharam Lula durante a primeira fase do tratamento, o ex-presidente deixou a primeira sessão de quimioterapia "otimista", sem apresentar náuseas e já com melhoras na voz.

"Ele não sentiu náuseas e a grande questão dele nesta manhã era saber quando poderia almoçar. É improvável que ele tenha náusea forte, uma vez que ele não teve nada até agora. Talvez um ligeiro mal-estar", afirmou Katz minutos após o ex-presidente deixar o hospital.

O médico disse também que a melhora na voz rouca ocorreu por causa do tratamento de um edema (inchaço) próximo ao tumor. "A voz melhorou muito em parte por causa do edema que existia junto à lesão que não existe mais. E a voz dele está praticamente normal. Ele está bem humorado, indo para casa e daqui a 21 dias ele volta", disse.

Por volta do dia 14 de novembro, o ex-presidente deve iniciar a segunda das três sessões de quimioterapia previstas. Os primeiros efeitos colaterais, ainda segundo Katz, já deverão se apresentar "nas próximas semanas".

"Ele deve se sentir um pouco cansado nos próximos dias. Mas nada que seja muito diferente do que um resfriado forte", afirmou Katz. Segundo ele, Lula terá uma "vida normal" nesse período, porém "sem a mesma agenda", em referência às constantes viagens.

Caso necessário, a bolsa de infusão, ligada a um catéter para injetar na veia novas doses de remédios nos próximos dias, pode ser retirada facilmente, em casa ou no hospital.

Segundo outro médico, Paulo Hoff, o ex-presidente não tirou a barba nem o cabelo. "A queda de cabelo e de pelos varia de paciente para paciente, mas por conta da quimioterapia, isso deve ocorrer em algumas semanas, a não ser que ele faça alguma coisa [a barba] por conta própria".

Após a quimioterapia, Lula foi submetido a novos exames, mas, segundo Katz, a equipe médica não notou nada diferente do que já havia sido diagnosticado.

Alta
O boletim médico, divulgado pelo hospital, informou que o ex-presidente teve alta às 14h16, e a primeira sessão de quimioterapia não teve "intercorrências".

Na noite de segunda (31), Lula recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff. Ela afirmou que, na conversa com Lula, o ex-presidente "poupou a voz". Segundo Dilma, ele está "falando baixo" e não fez comentários sobre a previsão dos médicos de que perderá cabelos e barba durante o processo de quimioterapia. (Fonte: G1.com.br)

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