G1 já viu: novo 'Harry Potter' é o mais fiel da série, para o bem e para o mal

Após ouvir Ron comentar que passou a noite em um pub e assistir a uma cena – de alucinação – em que Harry e Hermione se beijam nus, o sétimo filme com os três aprendizes de bruxos de J.K. Rowling não deixa dúvidas: de infantil, Harry Potter não tem mais nada.

A primeira parte cinematográfica do último livro da saga, “Harry Potter e as relíquias da morte”, estreia nesta sexta-feira (19) no Brasil. Trata-se do longa mais adulto e sombrio até agora e, de todos, também pode ser considerado como o mais “difícil”.

“Harry Potter e as relíquias da morte” tem mais de duas horas de duração e emenda com o final do antecessor, “Harry Potter e o enigma do príncipe”, que termina com a morte de Alvo Dumbledore, o que culmina na guerra entre Harry (Daniel Radcliffe), o escolhido, e Voldemort (Ralph Fiennes), o Lorde das Trevas, que ao lado dos Comensais da Morte tomará controle do ministério de magia e da própria escola de Hogwarts.

Porém, antes da batalha final, Harry precisa destruir a imortalidade de Voldemort com a captura das horcruxes, uma lista de objetos em que ele depositou sua alma com o passar dos anos. Durante essa busca, sempre escorado por Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), ele conhece um esquecido conto sobre as "relíquias da morte", três poderosos objetos do mundo dos mortos: a capa da invisibilidade, a pedra da ressureição e a varinha de Sabugueiro - essa última almejada por Voldemort para matar Harry.

Trata-se da boa e velha dialética entre e o bem e o mal, mas com os ricos detalhes da história criada por Rowling, cujos filmes anteriores arrecadaram US$ 5,4 bilhões em todo o mundo.

Comparar aliás “Relíquias da morte” com seus antecessores é ver a clara evolução que a série ganhou desde 1999. A trama, assim como os personagens, amadureceu e isso é refletido dentro do filme, não apenas superior aos outros esteticamente, mas também de roteiro e atuações. Nunca o trio de amigos esteve tão confortável em seus papéis e Radcliffe chega a ser engolido em alguns momentos por Emma e Grint, cujo romance velado rende momentos divertidíssimos.

Bill Nighy ao lado de Emma Watson, Rupert Grint e Daniel Radcliffe: trio nunca esteve tão confortável nos papéis de Hermione, Ron e Harry, respectivamente. (Foto: AP)        
Também é de se elogiar os efeitos especiais e as cenas de ação, principalmente a presente nos elétricos 15 minutos iniciais do filme. Para despistar os comensais, que estão atrás de Harry, vários de seus aliados tomam a poção mágica polissuco e se transformam em clones do bruxinho.
As cópias sobem em suas vassouras, enquanto o verdadeiro divide uma moto modelo sidecar com Hagrid (Robbie Coltrane). A perseguição que começa no céu e depois termina em uma via expressa é alucinante - é praticamente um “’Matrix’ juvenil”.

Uma pena que toda essa adrenalina visual dure poucos minutos. O que impera depois são momentos bucólicos com o trio principal, com cenas sempre de belíssima fotografia e que ficam muito tempo presas a um certo assunto sem desenvolvê-lo rapidamente.

Os fãs mais fervorosos vão elogiar a calmaria proposta pelo diretor David Yates e dizer que a escolha condiz com o clima do último livro, pois a sensação é que nada dele vai ficar de fora dos dois filmes.

Já quem conhece o universo dos bruxos e trouxas apenas pelo cinema irá achar essa nova adaptação tediosa e que a escolha por dividi-la em duas partes não passa de mais um truque mercadológico para lucrar com o bilionário universo de J.K. Rowling.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/11/g1-ja-viu-novo-harry-potter-e-o-mais-fiel-da-serie-para-o-bem-e-para-o-mal.html

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