Irmandade Muçulmana ameaça deixar diálogo com governo do Egito
Por Yasmine Saleh e Andrew Hammond
CAIRO (Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse na segunda-feira que as discussões para a resolução da crise no Egito estão progredindo, mas a Irmandade Muçulmana disse que poderá abandonar o processo de diálogo se as exigências da oposição não forem atendidas.
As declarações de Obama parecem contradizer as de dirigentes egípcios de oposição que anunciaram poucos avanços a respeito da sua pauta de reivindicações, que inclui a renúncia imediata do presidente Hosni Mubarak.
"Obviamente, o Egito tem de negociar um caminho, e eles estão fazendo progressos", disse Obama a jornalistas em Washington.
Os EUA pedem a todas as partes envolvidas que deem tempo para uma "transição ordeira" a uma nova ordem política no Egito, há décadas um aliado estratégico de Washington. Mas a oposição teme que, se Mubarak sair, ele seja substituído por outro governante autoritário, sem a adoção do regime democrático ao qual aspiram os manifestantes que há quase duas semanas protestam no país.
A Irmandade Muçulmana é o mais bem organizado grupo oposicionista do Egito, apesar de estar proibida há décadas. A possibilidade de que essa organização islâmica ascenda ao poder causa inquietação entre os aliados ocidentais do Egito. Obama disse que a Irmandade não tem apoio majoritário.
Mubarak, de 82 anos - sendo 30 deles no poder - promete deixar a Presidência depois das eleições de setembro, e diz que uma renúncia imediata causaria caos no país. O foco dele nos últimos dias tem sido restaurar a ordem, e o governo parece estar querendo ganhar tempo.
Mas os manifestantes acampados na praça Tahrir, no centro do Cairo, prometem ficar lá até que Mubarak renuncie, e convocaram novos protestos para terça e sexta-feira.
Para tentar permitir a fluidez do tráfego, o Exército pressionou na segunda-feira os manifestantes a reduzirem a área ocupada na praça. Antecipando-se a isso, os manifestantes saíram das suas barracas durante a noite para cercar os soldados.
Em duas semanas da "Revolução do Nilo", como a chamam alguns manifestantes, cerca de 300 pessoas morreram, segundo estimativas da ONU.
REFORMA CONSTITUCIONAL
A oposição pleiteia uma reforma constitucional que leve a eleições livres e limpas, limite a quantidade de mandatos presidenciais, dissolva o Parlamento, permita a libertação de presos políticos e suspenda a lei de emergência.
"Estamos avaliando a situação. Vamos reconsiderar toda a questão do diálogo", disse Essam el Erian, dirigente da Irmandade Muçulmana, na segunda-feira à Reuters. "Vamos reconsiderar segundo os resultados. Algumas das nossas exigências já foram atendidas, mas não houve resposta à nossa principal exigência, de que Mubarak saia."
O governo divulgou uma nota após a primeira rodada de reuniões, no domingo, dizendo que havia acordo sobre os rumos do processo, mas com poucas concessões à oposição.
A nota sugere que as reformas serão implementadas com Mubarak ainda no poder até setembro. Também impõe condições para a revogação da lei de emergência, que segundo a oposição é usada para reprimir dissidentes.
Depois do início da crise, Mubarak nomeou um novo gabinete, que na segunda-feira prometeu, na sua primeira reunião, manter subsídios e atrair investimentos estrangeiros.
As declarações de Obama parecem contradizer as de dirigentes egípcios de oposição que anunciaram poucos avanços a respeito da sua pauta de reivindicações, que inclui a renúncia imediata do presidente Hosni Mubarak.
"Obviamente, o Egito tem de negociar um caminho, e eles estão fazendo progressos", disse Obama a jornalistas em Washington.
Os EUA pedem a todas as partes envolvidas que deem tempo para uma "transição ordeira" a uma nova ordem política no Egito, há décadas um aliado estratégico de Washington. Mas a oposição teme que, se Mubarak sair, ele seja substituído por outro governante autoritário, sem a adoção do regime democrático ao qual aspiram os manifestantes que há quase duas semanas protestam no país.
A Irmandade Muçulmana é o mais bem organizado grupo oposicionista do Egito, apesar de estar proibida há décadas. A possibilidade de que essa organização islâmica ascenda ao poder causa inquietação entre os aliados ocidentais do Egito. Obama disse que a Irmandade não tem apoio majoritário.
Mubarak, de 82 anos - sendo 30 deles no poder - promete deixar a Presidência depois das eleições de setembro, e diz que uma renúncia imediata causaria caos no país. O foco dele nos últimos dias tem sido restaurar a ordem, e o governo parece estar querendo ganhar tempo.
Mas os manifestantes acampados na praça Tahrir, no centro do Cairo, prometem ficar lá até que Mubarak renuncie, e convocaram novos protestos para terça e sexta-feira.
Para tentar permitir a fluidez do tráfego, o Exército pressionou na segunda-feira os manifestantes a reduzirem a área ocupada na praça. Antecipando-se a isso, os manifestantes saíram das suas barracas durante a noite para cercar os soldados.
Em duas semanas da "Revolução do Nilo", como a chamam alguns manifestantes, cerca de 300 pessoas morreram, segundo estimativas da ONU.
REFORMA CONSTITUCIONAL
A oposição pleiteia uma reforma constitucional que leve a eleições livres e limpas, limite a quantidade de mandatos presidenciais, dissolva o Parlamento, permita a libertação de presos políticos e suspenda a lei de emergência.
"Estamos avaliando a situação. Vamos reconsiderar toda a questão do diálogo", disse Essam el Erian, dirigente da Irmandade Muçulmana, na segunda-feira à Reuters. "Vamos reconsiderar segundo os resultados. Algumas das nossas exigências já foram atendidas, mas não houve resposta à nossa principal exigência, de que Mubarak saia."
O governo divulgou uma nota após a primeira rodada de reuniões, no domingo, dizendo que havia acordo sobre os rumos do processo, mas com poucas concessões à oposição.
A nota sugere que as reformas serão implementadas com Mubarak ainda no poder até setembro. Também impõe condições para a revogação da lei de emergência, que segundo a oposição é usada para reprimir dissidentes.
Depois do início da crise, Mubarak nomeou um novo gabinete, que na segunda-feira prometeu, na sua primeira reunião, manter subsídios e atrair investimentos estrangeiros.
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