O modelo chega este ano disposto a minar a supremacia de Toyota Corolla e Honda Civic no Brasil

Hyundai ElantraDesde que fincaram as bandeiras por aqui, em meados dos anos 90, as japonesas Toyota e Honda, estabeleceram parâmetros de qualidade até então inéditos no país. Do produto ao pós-venda, o estilo oriental passou a ser objeto de estudo por parte da concorrência. Coube à dupla Civic e Corolla abocanhar o domínio do mercado brasileiro de sedãs médios. Bem acabados, com um estilo mais moderno e mecânica mais eficiente, vieram, viram e deixaram comendo poeira o antigo rei da categoria, o Chevrolet Vectra, além de abrir vantagem sobre outros concorrentes. Viraram líderes de uma fatia de mercado que não para de crescer por aqui. Agora chegou a vez de a dupla ser atacada por um rival também com os pés no Oriente e que joga com as mesmas armas: o novo Hyundai Elantra. O sedã acaba de estrear nos Estados
Unidos e já está em testes no Brasil. Nem de perto lembra o modelo quatro portas feioso e mal acabado lançado aqui nos anos 90. Ele acaba de desembarcar nas lojas americanas e estará entre nós este ano com a missão de buscar os bons resultados de outros coreanos recém-lançados no Brasil: o sedã Sonata e o SUV ix35.

A estreia do Elantra deve turbinar ainda mais as vendas da Hyundai, aqui e lá. “Modelos com preços mais acessíveis, como o do Elantra, serão uma tendência a partir de agora nos Estados Unidos”, disse John Krafcik, CEO da Hyundai americana, no Salão de Detroit. “Esperamos que ele tenha na sua faixa de mercado o mesmo impacto que o também renovado Sonata conseguiu”, afirmou Scott Margason, diretor de planejamento de produto. Só naquele país, a expectativa é que ele venda 145 000 carros este ano.

Para que o Elantra cumpra esse papel, ele passou por um forte trabalho de rejuvenescimento. Do antigo, só sobrou o nome. O sedã foi adaptado ao novo estilo da marca, com contornos mais modernos e linhas recheadas de curvas e vincos marcantes. Seguiram o estilo criado pelo diretor de estilo da Hyundai, o alemão Thomas Bürkle, que a Hyundai tirou da BMW para dar uma identidade visual à marca. Batizada por Bürkle de “estilo fluido”, a fórmula já fez sucesso no novo ix35 e nos sedãs Genesis e Equus.

Além de mais bonito, o novo carro ficou melhor. Está 28 kg mais leve, por incorporar o uso intensivo de ligas de aço especial, alumínio e plásticos, mas esse emagrecimento foi feito sem sacrifício para os ocupantes. Como o entre-eixos aumentou 5 cm, melhorou o espaço para as pernas. O porta-malas cresceu (420 litros, mais que os 340 do Civic e menos que os 470 do Corolla) e há vários espaços para guardar objetos na cabine, superando o Civic no quesito porta-trecos – o porta-luvas do coreano leva até 9 litros. Pena que ele fica devendo no espaço do banco traseiro. Por um triz minha cabeça não raspava no teto, do alto do meu 1,83 metro de altura. Explicação: para ganhar mais eficiência aerodinâmica, o novo Elantra teve o teto rebaixado en 5 cm.

Também houve um dose extra de capricho no acabamento interno. As curvas do estilo fluido são replicadas por dentro, o que dá uma sensação de um carro de nível superior ao que ele é. Os bancos e portas são forrados de couro trabalhado (que passa a impressão de qualidade), o painel e os revestimentos têm materiais sólidos e os plásticos são agradáveis ao toque. A versão que dirigimos, a top Limited, recebeu itens como câmera de ré, banco aquecido, navegador com tela de 7 polegadas, partida sem chave e CD player com entrada de iPod e USB. Nesse aspecto, a Hyundai só pecou no revestimento de plástico que há atrás do banco dianteiro, feito de um material de aparência um tanto pobre para o padrão do seu interior.

As primeiras avaliações feitas pela imprensa especializada nos EUA também são positivas. Ficou em quinto lugar entre 33 modelos do segmento, somando-se avaliações feitas por 16 revistas e sites especializados daquele país. Acelerado pela autoestrada 495, no sul da Califórnia, deu para entender por que ele foi tão bem nesse teste. A cada acelerada sente-se a resposta rápida do motor 1.8 com 148 cv – o Corolla 1.8 tem 136 cv e o Civic 1.8, 140 cv, ambos com álcool.

Moldado em alumínio, com o objetivo de ficar mais 33,5 kg mais leve do que o antigo 2.0 de 141 cv, esse motor conta com abertura variável de válvulas, que o ajuda a consumir menos. Segundo a Hyundai, ele faz 14,7 km/l na cidade e 20,4 na estrada pelo padrão americano de consumo, número 4% melhor que o anterior. Parte dessa economia veio do novo câmbio automático de seis marchas, que é 11 kg mais leve que o automático anterior, com quatro marchas.

A direção elétrica mostrou precisão e deixou o carro gostoso e estável para dirigir. Mas não pense que o Elantra tem um perfil esportivo. Com um ajuste de suspensão firme, mas tendendo para o macio, ele quer fisgar quem privilegia o conforto. Ponto para a supensão traseira multilink. Equipado com bons freios (discos nas quatro rodas com ABS de série) e controle eletrônico de estabilidade, ele transmite sensação de segurança mesmo em altas velocidades nas rodovias ou trecho sinuosos de montanha. Vale ressaltar que, à medida que sobem os giros do motor, ele vai ficando um pouquinho mais barulhento do que se esperaria.

Com 148 cv e 18,1 mkgf de torque, o novo 1.8 foi desenvolvido em conjunto com Kia e leva o Elantra a 100 km/h em 9,1 segundos, de acordo com a fábrica, número melhor que o de Corolla e Civic. Apesar de rumores sobre o desenvolvimento de um motor flex para o mercado brasileiro, deverá ser mesmo este 1.8 a gasolina quem se encarregará de equipar os primeiros Elantra da nova safra, quando eles começarem a chegar ao Brasil até o fim deste ano.

Econômico, bonito e bem acabado, se também tiver por aqui um preço competitivo como aconteceu com seu irmão i30, este coreano terá o caminho pavimentado para disputar a vaga que hoje é destinada apenas a Corolla e Civic.

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