'Achei que tinham matado meu companheiro', diz gay agredido
O analista fiscal Marcos Paulo Villa, de 32 anos, que foi agredido
juntamente com o seu namorado na região da Avenida Paulista, em São
Paulo, na madrugada de sábado (1º), disse neste domingo (2) que achou
que seu companheiro tivesse morrido. O casal foi espancado ao sair de um
bar na Rua Bela Cintra. O namorado de Villa, um coordenador financeiro
de 30 anos que preferiu não ser identificado, teve a perna quebrada.
"Eu achei que eles tinham matado o meu companheiro", disse Villa ao Bom Dia Brasil.
O casal afirma ter sido agredido em frente a um restaurante da Rua
Fernando de Albuquerque. As vítimas registraram boletim de ocorrência no
78º Distrito Policial, nos Jardins, e foram orientadas a fazer exame de
corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). O caso foi registrado
como lesão corporal e será investigado pela Delegacia de Crimes Raciais
e Delitos de Intolerância (Decradi).
As vítimas afirmaram que um dos agressores é branco, de 1,80 metro,
cabelos curtos e ondulados, é forte e tatuagem em um dos braços. O
outro agressor é também branco, de 1,75 metro e de cabelos lisos.
O casal estava com uma amiga no Sonique Bar, na Rua Bela Cintra. Ela
foi assediada por dois homens. Segundo Villa, os agressores, com idades
entre 25 e 30 anos, voltaram a assediar a moça e começaram a provocar a
ele e ao namorado em um posto de combustíveis que fica na esquina das
ruas Bela Cintra e Fernando de Albuquerque, chamando-os de “viados”.
Villa, então, pediu para que eles parassem com as provocações e
atravessou a rua, em direção à sua casa, na Rua da Consolação. Os dois
agressores, então, foram atrás do casal e continuaram com as
provocações.
O coordenador financeiro ficou nervoso e gritou para que eles saíssem
de perto. Quando o casal estava em frente ao restaurante Mestiço foi
surpreendido com socos na nuca e na coxa.
"Ela [a amiga] tinha parado o carro no estacionamento do lado. Fomos embora para casa e paramos no posto para comprar cigarro. Na fila do posto, esses dois caras vieram atrás e começaram a falar que a gente era viado, que a gente ia morrer, que não merecia viver."
Villa se dirigiu a um dos agressores e afirmou: "Vocês não sabem o que estão falando. Você é um cara novo ainda, pode ter um filho gay."
"Ela [a amiga] tinha parado o carro no estacionamento do lado. Fomos embora para casa e paramos no posto para comprar cigarro. Na fila do posto, esses dois caras vieram atrás e começaram a falar que a gente era viado, que a gente ia morrer, que não merecia viver."
Villa se dirigiu a um dos agressores e afirmou: "Vocês não sabem o que estão falando. Você é um cara novo ainda, pode ter um filho gay."
O namorado dele contou que em seguida saíram do posto e detalha como foi o início da agressão.
"O cara falou que eu tinha que morrer. Eu comecei a gritar, pedindo ajuda do outro lado da rua. Ele veio pra cima de mim, me deu um murro na boca. Eu caí no chão, bati a cabeça e ele começou a chutar o meu corpo, foi onde eu apaguei e ele conseguiu quebrar a minha perna", conta o coordenador financeiro.
"O cara falou que eu tinha que morrer. Eu comecei a gritar, pedindo ajuda do outro lado da rua. Ele veio pra cima de mim, me deu um murro na boca. Eu caí no chão, bati a cabeça e ele começou a chutar o meu corpo, foi onde eu apaguei e ele conseguiu quebrar a minha perna", conta o coordenador financeiro.
Ainda no sábado, Villa e o namorado foram à Santa Casa de Misericórdia,
onde foram atendidos. “Nunca tinha visto nada semelhante, a gente nunca
acha que vai acontecer com a gente. Primeiro, porque não somos
estereotipados. Se aconteceu com a gente, pode acontece com qualquer
um”, disse Villa.
Os dois agressores não eram conhecidos do casal. Villa acredita que a
identificação deles será possível com as imagens das câmeras de
segurança do posto de gasolina e do restaurante. Ele acredita que um dos
agressores era praticante de alguma modalidade de luta marcial. “A
forma como ele me deu socos era típica de alguém que praticava boxe ou
algo semelhante”, disse.
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