'Ministério e eu não somos inimigos das ONGs', diz Aldo Rebelo

Presidente Dilma Rousseff cumprimenta o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda-feira (31), após tomar posse, que não é "inimigo" de Organizações Não-Governamentais (ONGs), mas destacou que as entidades não terão prioridade em convênios da pasta.

"A primeira coisa que tem que ficar claro é que o ministério e eu não somos inimigos das ONGs. Eu tenho apreço pelas ONGs e pelo seu trabalho, só que, pelo próprio nome, são Organizações Não-Governamentais, então a prioridade do governo é com órgãos do governo, mas nós não rejeitamos a presença nem ação das ONGs", afirmou.

Rebelo destacou que os contratos já existentes do ministério com ONGs não devem ser renovados e que a "ideia" é não realizar novos convênios com esse tipo de entidade. "Aqueles [contratos com ONGs] que forem encerrados a minha ideia é não renovar e nem fazer novos, priorizar entes públicos ou outras instituições sem fins lucrativos. Isso eu vou examinar direito", disse.

Na última quinta-feira (27), após ser anunciado como ministro, Aldo disse que iria vetar convênios da pasta com ONGs, foco das denúncias de desvio de dinheiro público que motivaram a demissão do ex-ministro Orlando Silva.

Ainda nesta segunda, o governo publicou decreto suspendendo os repasses de verbas federais a ONGs por 30 dias. Nesse período, todos os ministérios deverão revisar os convênios firmados até o último dia 16 de setembro.

Copa
Após a cerimônia, Rebelo também defendeu que haja uma relação de cooperação entre o governo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014.

"Quando há diferenças de opiniões e ideias entre aquilo que os entes privados desejam, a própria Fifa e a CBF, e o governo, não significa ruptura nem disputa. Significa que vamos trabalhar em cooperação e essa cooperação é necessária tanto com a CBF tanto com a Fifa", disse.

Desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo tem tido uma relação conturbada com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Quando governava o país, Lula defendeu, em entrevistas, renovação na presidência do órgão. Teixeira compareceu à cerimônia de posse de Rebelo.

Equipe
Aldo Rebelo disse que vai começar a anunciar modificações na equipe do Ministério do Esporte a partir desta terça (1º), mas não adiantou nomes nem preferências pessoais. "Não há da minha parte nenhuma indicação para a renovação da equipe do ministério. Haverá renovação, eu estou pensando nessa necessidade, mas não fiz consultas nem há nomes apontados", disse.

Sem dar detalhes, ele afirmou que há bons nomes "tanto do PC do B, quanto fora do partido".

Questionado sobre se já havia definido quem seria o chefe de gabinete e o secretário-executivo da pasta, Rebelo disse: "Ainda não. A partir de amanhã eu começo a anunciar e os senhores saberão quem integrará a equipe do ministério". O atual secretário-executivo da pasta é Waldemar Manoel Silva de Souza, também filiado ao PC do B.

Segundo Rebelo, serão escolhidos para cargos no ministério pessoas que tenham "afinidade" com o governo e que possuam capacidade técnica. "O critério serão nomes que tenham afinidade com o programa do governo, com os objetivos do governo, do ministério, que tenham experiência, capacidade executiva, técnica. Nomes que nós vamos buscar porque num primeiro momento eu me debrucei sobre as tarefas imediatas do ministério", afirmou.


Ao tomar posse no cargo nesta segunda, disse que aceitava assumir o posto com "consciência de minhas limitações". Depois, elogiou programas sociais do Ministério do Esporte, como o Segundo Tempo, alvo de denúncias de desvio de recursos em convênios com organizações não governamentais (ONGs). "Há no Ministério do Esporte programas sociais de elevada abrangência, elogiados internacionalmente."

Sobre Orlando Silva, disse que o antecessor, minado pelas denúncias, é "mais que inocente" é "vítima". "Talvez mais que inocente, talvez o senhor seja vítima das consequências da luta social e política", discursou Aldo Rebelo ao defender o colega de partido. (Fonte G1)

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