A Geração Y quer crescer

Muito tem se falado sobre as expectativas da geração Y. Institutos de Pesquisa aceleram seus trabalhos, psicólogos, antropólogos e sociólogos se dividem em opiniões divergentes. Gestores ficam angustiados vendo seus esforços alcançarem poucos resultados favoráveis na gestão de suas equipes. Professores e Pais se confrontam, tentando apontar culpados por não entenderem os comportamentos de seus filhos e alunos.


Enquanto isso, encontramos os jovens literalmente lutando por experiências e desafios que possam dar significado para toda qualificação que receberam durante a vida.

O cenário é complexo e o ambiente atual é de extrema competição e conflito, onde observamos atitudes radicais de todos os participantes deste jogo. De um lado estão as pessoas de gerações mais tradicionais, como a Baby Boomers e X, acreditando que ainda estão no comando do jogo e portanto, em condições de estabelecer as regras e os resultados. Do outro lado, vemos a geração Y e a cada vez mais presente, geração Z, impondo seu estilo de vida, fazendo uso de sua incontestável vantagem no uso da tecnologia.

O maior desafio deste cenário está em criar condições para os jovens assumirem seu lugar no mundo, principalmente no ambiente de trabalho.

Empresas e gestores de RH estão percebendo que os instrumentos clássicos de motivação como aumentos de salários, bônus e carreiras estruturadas já não atingem tanto estes jovens. Para obterem o engajamento com os objetivos da empresa, os gestores estão precisando desenvolver um ambiente mais lúdico, com roupas casuais, muita tecnologia e oportunidades sociais que misturam as linhas entre trabalho e lazer. Isso não é fácil para uma geração de gestores que se desenvolveu sob o lema “primeiro o dever, depois o lazer”.

Também em nada colabora, o ceticismo com que a geração Y é avaliada quando se apresenta como multi-tarefa e ambiciosa. Os jovens estão acostumados a fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Na escola, eles faziam seus deveres enquanto assistiam televisão, ouviam música e navegavam na Internet e MSN. Agora eles esperam trabalhar da mesma maneira.

A consequência natural para todo este cenário são os estereótipos exagerados que classificam os jovens, como desfocados, descompromissados, infiéis, impacientes, etc.

Conversando com um executivo recentemente fui questionado: “Se são tantos problemas com esta geração, porque nós devemos nos importar? “

A resposta mais franca e pragmática que puder oferecer é que, a geração Y representará mais das metade da força de trabalho nos próximos anos, por isso é inevitável que aprendamos a lidar com estes novos profissionais.

Os executivos de grandes empresas tentam lidar com os desafios de ter que proteger a empresa, seus clientes, seus processos, estruturas e resultados. Com tantas prioridades deixam de atrair talentos da Geração Y, pois não consideram importante lutar para mantê-los satisfeitos e retê-los.

Tudo isso não significa que a Geração Y é infalível e superpoderosa. Eles caminham diariamente para seus cursos e faculdades, buscando incessantemente uma qualificação adicional que possam colocá-los em condições de vantagem diante do quadro de hiper-competição.

Na realidade, estes jovens ainda estão começando os desafios de sua vida e precisam urgentemente de experiências que permitam seu crescimento. Não apenas de experiências boas e divertidas, mas também daquelas que provoquem marcas e ajudem a desenvolver o caráter.

A geração Y quer crescer. Precisamos deixar ela seguir seu caminho!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NASA está desenvolvendo "banda larga" espacial

Vamos fazer um Tour pela Casa Branca (White House)?

Engenharia civil em São Carlos é o curso mais concorrido da Fuvest