#ENEM2010 : ESTATIZAR O ENSINO PAGO PARA A EDUCAÇÃO AOS FILHOS DA CLASSE TRABALHADORA!
As medidas paliativas a serem adotadas, sejam quais forem, não resolvem o problema de milhões de jovens filhos de trabalhadores que permanecem ausentes das cadeiras da universidade. Constituem o ENEM, o ProUni, o FIES, etc., apenas formas para camuflar o alijamento dos jovens do ensino superior, e principalemente engordar os bolsos dos parasitas que vivem sadicamente da ilusão da juventude explorada.
CRISE NO ENEM
ESTATIZAR O ENSINO PAGO PARA UNIVERSALIZAR O DIREITO À EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE AOS FILHOS DA CLASSE TRABALHADORA!
Pelo segundo ano consecutivo o ENEM apresentou falhas na sua aplicação, típico de um sistema de educação corrompido até a medula pelo lucrativo negócio que representa para grandes empresas do "ramo", desde as instituições privadas do ensino, passando pelos chamados cursinhos até as gráficas contratadas na confecção das provas. Seria motivo para risos o show de "trapalhadas" expostas à exaustão por toda a semana na televisão se não tivesse levado ao profundo desapontamento mais de três milhões de jovens que depositaram no exame suas expectativas de realizar o desejo de romper os muros da universidade. A superprojeção que ganhou o tema deve-se principalmente ao fato da candidata eleita pela frente popular, Dilma Rousseff, usar o exame, ao lado do ProUni, como um dos principais motes de campanha para atrair os "novos votantes" que engrossam o exército de estudantes e eleitores das camadas populares alijados da educação. Seu fracasso está sendo usado como mote para a "oposição conservadora" criticar o governo Lula.
No ano passado foi a Gráfica Plural responsável por desmoralizar o Exame Nacional de Ensino Médio registrando em seu circuito de câmeras internas o roubo das provas. Desta vez, foi a megamultinacional estadunidense RR Donnelley Moore, que "ganhou" a "licitação" em "terceiro lugar" (R$ 68,8 milhões) para imprimir as provas com questões invertidas, enunciados e gabaritos trocados, etc... A chamada "oposição conservadora" capitaneada pelo PSDB aproveitou o palco e a platéia que lhes foram concedidos para "tirar uma casquinha". Seus oito anos de governo FHC e o "império" no governo paulista por 16 anos não precisam ser lembrados para identificar que a corja tucana apontou o caminho privatista que o sucessor petista deveria seguir para atender ao voraz apetite dos barões do lucrativo negócio da educação. Ninguém melhor que Paulo Renato Sousa, ex-ministro da Educação do governo FHC e atual secretário da Educação de São Paulo para ser chamado pela Rede Globo para "comentar" o episódio.
A "grande polêmica" apresentada pelo "guru" tucano Paulo Renato na Rede Globo é o insuficiente método da avaliação nacional unificada para credenciar o estudante a adentrar na universidade, defendendo em contrapartida a volta ao velho, tradicional e surrado vestibular tão somente, preparado por cada instituição, que estimula por sua vez a indústria dos cursinhos preparatórios específicos. Só faltou para completar o "espetáculo" ser chamado o "advogado de defesa" da própria candidata eleita, Gabriel Chalita! Afinal, o ex-tucano hoje "socialista" do PSB, odiado pelos professores e estudantes paulistas pela sua assessoria como ex-secretário da Educação a Geraldo Alckmin no estado, é um dos principais mentores da elaboração do programa de governo de Dilma para a educação e principal cotado para assumir seu Ministério no lugar do fragilizado Fernando Haddad! O "tucano de bico vermelho" alistou-se nas hostes do PSB para pegar uma carona no governo Dilma, melindrado por não poder concorrer ao senado pelo PSDB!
O ENEM tal como é hoje, movimenta um exército de jovens com expectativa de ter a longa e tortuosa avenida de ingresso na educação superior abreviada, como um veículo a mais para "facilitar" sua chegada. O exame é utilizado pelas universidades federais segundo critérios específicos. Os melhores classificados podem ocupar todas as vagas sem o tradicional vestibular, há instituições federais de ensino que disponibilizam um número "X" de vagas, as pontuações marcadas neste exame podem ser compostas com o vestibular específico, etc. Existe, no entanto, o outro lado do Exame, e mais importante por ser a principal parcela do "negócio" alvissareiro para as verdadeiras empresas de imprimir diplomas tão fajutos como os gabaritos das rotativas da RR Donnelley, só que a um elevadíssimo custo para os filhos da classe trabalhadora, que encontra no ENEM um suposto "abatimento" para a escorchante mensalidade nas privadas que se proliferaram tal como bactérias. Para aqueles cujo "desconto" não forem suficientes, podem optar por uma outra "facilidade" oferecida pelo governo Lula: o FIES, que financia as parcelas das universidades privadas, alimentando "sem riscos" os tubarões do ensino antecipadamente já que o governo agora é o fiador dos inadimplentes, para depois do término do curso extorquir os recém formados com "suaves" prestações pagas ao Estado com juros e correções monetárias.
Esta é apenas uma pequena faceta da educação privatizada no país. Um verdadeiro sistema de subsídio aos negócios que movimentam bilhões e bilhões de reais, arrancados do bolso do trabalhador seja por mensalidades, ou por impostos que "deveriam" ser empregados na educação pública garantida pelo Estado a todos os estudantes, do primeiro grau ao superior. No entanto, esta é a lógica do Estado capitalista, ser um verdadeiro indutor dos negócios privados, convertendo absolutamente tudo em mercadoria para expandir os ramos de sua lucratividade. Dos tucanos ao governo do PT, esta é a lógica imperativa, independente da forma utilizada, seja com "vestibular unificado" ou "vestibular específico", defendida por FHC e Paulo Renato, Lula e Haddad, ou Dilma e Chalita.
Atualmente, o exame encontra-se suspenso pela Justiça Federal através de uma liminar. Tanto o ministro da Educação, Fernando Haddad como o próprio presidente Lula têm dado declarações que o problema será contornado, seja abrindo um "canal" de comunicação onde os vestibulandos que se sentirem lesados se expressem ou mesmo sejam reaplicadas provas específicas para os prejudicados. No entanto, as medidas paliativas adotadas, sejam quais forem, não resolvem o problema de milhões de jovens filhos de trabalhadores que permanecem ausentes das cadeiras da universidade. Constituem o ENEM, o ProUni, o FIES, etc., apenas medidas para camuflar o alijamento dos jovens do ensino superior, e principalemente engordar os bolsos dos parasitas que vivem sadicamente da ilusão da juventude explorada.
Por isso, ao contrário do que diz a "tropa-de-choque" mirim do governo Lula que controla a UNE e da UBES e participam do fatiamento do bolo arrecadado nesta farta "festa", a Juventude Bolchevique defende que é preciso acabar com as ilusões que o governo da PT representa algum grau de vantagem sobre a administração tucana "conservadora". É necessário refundar uma genuína entidade estudantil classista e combativa, inspirada na entidade que combateu nas lutas o "acordo MEC-USAID" ianque com a ditadura militar, colocando nas ruas este exército de estudantes proletários para imporem pela ação direta, com ocupações das instituições privadas, sua imediata estatização sem indenização como única via de democratizar efetivamente a educação.
Que as ações radicalizadas dos estudantes franceses, ingleses, etc. sirvam de referência! Na bandeira da juventude proletária devem estar, portanto, estampadas as palavras-de-ordem do "Fim dos vestibulares, fraudulentos e antidemocráticos!", "Ocupar para estatizar as instituições privadas!", "Vagas para todos os filhos da classe trabalhadora!" Uma nova direção revolucionária para os estudantes que encabecem estas elementares demandas deve ser parida de um grande encontro nacional convocado e organizado pela vanguarda classista estudantil, que enterre a velha UNE e a UBES pelegas na lata de lixo da história, junto com seus "office-boys" de Lula/Dilma e dos barões da educação!
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