Delegação de Obama no Brasil terá representantes de 60 empresas

A delegação do presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que chega ao Brasil neste sábado (19), terá representantes de cerca de 60 empresas norte-americanas, a maioria interessada em investimentos na área de energia e infraestrutura. A informação é da US Chamber of Commerce, maior entidade empresarial dos EUA, escolhida pela Casa Branca para organizar a agenda de Obama junto ao setor privado brasileiro.
Segundo o diretor do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos da entidade, Steven Bipes, as empresas que virão ao Brasil estão interessadas, sobretudo, em oportunidades de negócios relacionadas ao pré-sal, às obras da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), à Copa de 2014, às Olimpíadas de 2016 e à área de biocombustíveis.

A relação de companhias que farão parte da delegação não foi divulgada. Mas, segundo a US Chamber, o grupo reúne de fornecedores de máquinas e equipamentos à empresas de prestação de serviços financeiros e para a área de engenharia.

Segundo Diego Bonomo, diretor para política públicas da entidade, o principal objetivo da missão comercial é levantar informações sobre possíveis negócios, além de conhecer o mercado brasileiro e identificar possíveis parcerias e fusões.

Bipes destacou que Obama virá com praticamente toda a sua equipe econômica, incluindo secretários de estado e também virá com Obama secretários de estados e Fred Hochberg, presidente do Eximbank, equivalente ao BNDES no Brasil, o que mostra o interesse da missão em grandes projetos no país. Com a vinda do banco, há expectativa que seja anunciado algum mecanismo de financiamento ou co-financiamento para investimentos no Brasil.

Para o CEO da Amcham Brasil, Gabriel Rico, o interesse dos EUA no setor energético demostra uma preocupação em reduzir o terreno perdido para países como a China, sobretudo em relação ao petróleo do pré-sal. "Com a crise nos países árabes e a alta no preço do petróleo, o Brasil passou a ser visto como um parceiro estratégico. É a primeira vez que os EUA olham o Brasil numa relação bilateral de fato", afirma.

Por isso, segundo Rico, o governo brasileiro deveria aproveitar o momento para retomar a discussão da eliminação dos subsídios para o etanol e de todos produtos agrícolas. "O tema precisa ser aprovado no congresso americano, mas o comprometimento do governo Obama teria um peso muito grande", avalia.

Acordos comerciais
A delegação de empresários participará, em Brasília, de um fórum com cerca de 350 presidentes de empresas que atuam no Brasil, no sábado pela manhã. No domingo, a missão comercial seguirá para o Rio de Janeiro, onde terá encontros com representantes do BNDES, da Petrobrás e governos locais. Na segunda-feira, em São Paulo, os empresários terão reuniões na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e na Amcham, Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos.

"É uma visita histórica. Nunca o Brasil teve uma condição tão favorável para avançar na relação bilateral com os Estados Unidos”, declarou o CEO da Amcham Brasil, Gabriel Rico. "Talvez não tenhamos uma quantidade tão grande de acordos firmados. Mas a visita deve marcar a formação de um clima muito favorável para acelerar as negociações que estão em curso e abrir novas frentes de integração".Pouca coisa concreta, mas muita coisa ficará encaminhada", completou.

Na avaliação dos representantes dos empresários do Brasil e dos EUA, a maior chance em termos de acordo bilateral entre Brasil e EUA é a aprovação de um tratado de cooperação econômica e comercial, (TECA, na sigla em inglês), a exemplo do que os Estados Unidos assinaram com o Chile e o Peru. O mecanismo criaria uma espécie de fórum fixo de negociação entre os dois países.

As entidades consideram, ainda, como temas urgentes e com possibilidade de avanço, a assinatura de um compromisso para troca de informações tributárias que permita eliminar entraves comerciais e a bitributação, além de acordos de cooperação na área de biocombustíveis.

Com informações do G1

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