Fumar.. Só faz mal!!!

O mal do fumo
"Quem vê cara não vê coração", diz o ditado popular, totalmente verdadeiro no caso do cigarro. A maioria dos fumantes não imagina que as conseqüências do fumo sobre o aparelho circulatório são devastadoras. Ao dar uma tragada, há um imediato aumento dos batimentos cardíacos, elevação da pressão arterial e constrição dos vasos, o que obriga o coração a exercer maior esforço para bombear o sangue. Com o tempo, eleva-se a probabilidade de desenvolvimento de doenças coronarianas, como angina, infarto, derrame, espasmo, arritmia cardíaca e morte súbita. Não é demais lembrar que quase todas as pessoas com até 35 anos que sofrem infarto são fumantes. 

"A quantidade de cigarros consumidos e os anos que a pessoa levou fumando vão determinar a freqüência e a extensão desses males", explica o Dr. Marcos Fábio Lion, cardiologista, fundador e ex-presidente da Sociedade Paulista de Cardiologia. "E o risco de desenvolvimento de uma doença cardiovascular em fumantes é igual para homens ou mulheres, mas se agrava na mulher quando ela toma anticoncepcionais", alerta o Dr. Lion. 

Quando se pára de fumar, o risco de infarto decresce rapidamente nos primeiros cinco anos, caindo 50% logo no primeiro ano. Para quem consumia menos de 20 cigarros diários, a chance de infarto se iguala às de não-fumantes no final de 10 anos. Porém, para os fumantes de mais de 20 cigarros por dia, serão necessários 15 anos de abandono do vício para ter as mesmas chances de uma pessoa que nunca fumou

Menor risco de doenças graves  
Quem não gostaria de ganhar longevidade com boa saúde? 

Abandonar o cigarro é um grande passo para evitar doenças relacionadas ao tabagismo, tais como câncer (da boca, da faringe, da laringe, do esôfago, do pâncreas, do estômago, do rim e da bexiga), derrame cerebral (acidente vascular), úlcera péptica (no estômago e no duodeno), osteoporose e gangrena da perna (trombangeíte obliterante). Em mulheres, ocorrem ainda muitos casos de câncer do colo do útero. 
De um modo geral, pode-se afirmar que o cigarro ocasiona grande número de óbitos pelas doenças tabaco-associadas diretas e por mais de uma dezena de outras moléstias que surgem de forma indireta. Ou seja, o tabagismo diminui a expectativa de vida, e o risco de morrer cresce na razão inversa da idade em que se começou a fumar, sendo proporcional à quantidade de cigarros fumados.
E mais, as conquistas da medicina e de melhores condições sociais, que visam ao aumento da vida média, estão sendo de certo modo anuladas pelo tabagismo.


Zonas de perigo 
Em seu caminho pelo corpo,a fumaça tragada carrega consigo 4.720 substâncias tóxicas que vão produzir estragos na saúde muitas vezes irreparáveis. Em média, numa simples tragada uma pessoa inala de 2.000 a 2.500 delas. Na verdade, muitas das substâncias relacionadas ao tabaco e que prejudicam o organismo nem sequer existem no cigarro: são formadas através de enzimas no próprio corpo, como as várias responsáveis pelo desenvolvimento de muitos tipos de câncer. 
A fumaça do cigarro aspirada pelo fumante é o composto que contém o maior número de substâncias tóxicas de que se tem notícia no mundo até hoje, segundo especialistas. Só o alcatrão reúne mais de 100 substâncias, que variam de acordo com o tipo de tabaco, a qualidade do cigarro, a maneira de fumar, entre outros aspectos. Porém, a grande vilã dessa história, responsável pelo vício, é a nicotina. Essa substância atua diretamente sobre o sistema nervoso central, provocando mais dependência física do que a cocaína ou a heroína, de acordo com estudos científicos. 
Atualmente, a medicina tem catalogadas mais de vinte doenças que estatisticamente incidem em maior proporção em fumantes. Saiba exatamente quais as partes do corpo mais prejudicadas pelo cigarro: 
Cérebro - A nicotina chega ao cérebro em sete segundos e se liga aos receptores das células, interferindo na transmissão de impulsos nervosos, o que provoca excitação do sistema nervoso. 
Boca - O calor da fumaça e o alcatrão atacam as mucosas da boca, tornando-a propensa ao câncer. Pesquisas comprovam que 92% dos tumores da cavidade oral estão diretamente relacionados ao fumo. 
Laringe - esta região fica diretamente exposta a partículas e gases da fumaça do tabaco, portanto, com grande chance de desenvolvimento de câncer. 
Esôfago - O fumo é responsável por cerca de 75% dos casos de câncer que surgem neste órgão, pois a região também sofre os efeitos diretos da fumaça. 
Pulmão - O tabagismo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, um dos que mais mata no Brasil. O pulmão de um fumante absorve por tragada 400 ppm (partes por milhão) de monóxido de carbono, o que danifica seus tecidos e possibilita o surgimento de várias doenças como o enfisema pulmonar. 
Brônquios - Muitos fumantes desenvolvem bronquite devido a substâncias contidas no cigarro, que irritam a mucosa brônquica. Com isso, diminuem as áreas onde ocorre a troca de oxigênio e a respiração torna-se difícil. 
Alvéolos - Substâncias tóxicas do cigarro destroem as paredes dos alvéolos, provocando o enfisema pulmonar, isto é, diminuição da capacidade respiratória. 
Coração - A nicotina provoca constrição dos vasos sanguíneos, aumenta a pressão arterial e põe em risco o sistema cardiovascular. E o cigarro é responsável por 25% dos casos de infarto do miocárdio. 
Sangue - O monóxido de carbono (CO) proveniente da fumaça do cigarro associa-se à hemoglobina (componente do sangue) formando um composto denominado carboxi-hemoglobina, que diminui a oxigenação dos tecidos de todo o corpo. Uma das conseqüências disso é o envelhecimento precoce da pelo. 
Bexiga - Este órgão também é receptor de alcatrão e,outras substâncias cancerígenas do tabaco. O fumo é responsável por 45% dos casos de câncer neste região. 

Como parar de fumar 
Até o momento, não foi descoberta uma receita miraculosa para vencer a dependência do cigarro. Entretanto, os médicos costumam dizer uma frase que soa como mágica: "Se milhares de pessoas conseguiram parar de fumar, você também é capaz!" Todo fumante sabe, porém, que a luta não é fácil, e o que funcionou para alguns pode não ter o mesmo efeito em outros, mas o importante é tentar. 

"Com a ajuda de um médico fica mais fácil", orienta o Dr. Lion. "O importante é que o fumante esteja decidido a parar com o vício, entenda a necessidade de abandonar o cigarro e o faça de forma consciente. As técnicas e métodos que prometem o fim do cigarro são apenas recursos que podem ser pouco ou muito úteis nessa batalha completa". 

Quando a dependência da nicotina é alta, sua ausência provoca sintomas físicos como dor de cabeça, enjôo, ânsia de vômito, ansiedade e irritação. Para evitar que o viciado corra ao cigarro, existem produtos que oferecem pequenas doses de nicotina, livres de outros ingredientes tóxicos do tabaco. São adesivos, chicletes e sprays nasais, que devem ser utilizados sob estrita orientação médica. 

Outros recursos são os medicamentos, à base de nitrato de prata, sulfato de cobre, permanganato de potássio e acetato de prata, que interagem com a fumaça do tabaco e produzem um gosto bastante desagradável na boca. São encontrados sob a forma de gomas de mascar ou líquidos para bochechos. 

Tanto estes métodos quanto outros alternativos como laser, hipnose, acupuntura, programação neurolinguística e associações de fumantes anônimos podem ser grandes auxiliares na luta contra a dependência da nicotina, se a pessoa estiver mesmo disposta a parar de fumar. 

Para quem já parou de fumar, um aviso essencial: uma simples tragadinha pode acabar com o esforço e abstinência de anos. A explicação para isso, segundo os médicos, é que a nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas para sempre. Um pouco de droga que volte a passar por elas e a dependência se reinstala.

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