7 tecnologias que nasceram no Brasil

Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da corrupção e da impunidade na política, dos problemas na educação e da sensação de insegurança. Quando se trata dos demais países, achamos que a imagem da nação que é passada a eles é resumida em futebol, samba e favelas.

No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área e tornou-se com o tempo um grande berço de inovações que alcançaram todo o globo.

Radiotransmissão: o padre pioneiro

 

Um protótipo do modelo utilizado por Landell. (Fonte da imagem: Wikipédia)

 Quando pensamos em avanços na ciência, logo imaginamos a modernidade, os aparelhos revolucionários e as descobertas recentes. Mas o Brasil já era um expoente na área há muito tempo, como no caso do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, que é um dos responsáveis pelo invento do rádio.

É isso mesmo: em 1900, o brasileiro fez a primeira transmissão de voz através de uma máquina sem a ajuda de fios, utilizando ondas eletromagnéticas e modulação do som. A técnica era tentada por cientistas de todo mundo, mas foi Landell o primeiro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasileiro não o ajudou na continuidade do projeto e apenas algumas de suas patentes foram reconhecidas aqui e nos Estados Unidos – ao contrário do italiano Marconi, considerado mundialmente como o inventor do rádio, que foi devidamente financiado e desenvolveu de vez a tecnologia.

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360

Na E3 de 2010, o mundo foi apresentado ao Project Natal (rebatizado de Kinect), uma revolucionária tecnologia para os video games. A proposta todo mundo já conhece: jogar no console da Microsoft sem a ajuda de controles, utilizando apenas comandos feitos pelos movimentos do corpo do jogador, que é rastreado por um sensor especial.

O que pouca gente conhece é que um brasileiro é a cabeça por trás do aparelho: o engenheiro curitibano Alex Kipman, que vivia há mais de dez anos nos Estados Unidos quando teve a ideia para o aparelho.



A ideia veio de uma forma curiosa: durante as férias em sua terra natal, ele se inspirou na vida sem tecnologia, botões e aparelhos em excesso – e utilizou esse pensamento para inovar na área e dar controle total ao corpo do jogador. O “Natal” do nome também não é coincidência: a cidade é uma das favoritas de Kipman.

Maglev Cobra: o trem sustentável

Há alguns anos, os trens maglev já existiam em outros países, até mesmo em escalas comerciais, como é o caso da China. Mas isso não impede o Brasil de ter sua participação: o Maglev Cobra, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um promissor projeto na área de transporte público.
 
(Fonte da imagem: Maglev Cobra)

Movimentando-se através de levitação magnética, os trens maglev têm problemas de consumo para manter-se fora do chão. É aí que entra o dedo dos cientistas brasileiros: teoricamente, o projeto nacional não tem consumo algum, exceto um gasto em nitrogênio em estado líquido, um produto barato para universidades (cerca de R$ 0,80/litro). Até a implantação do sistema seria mais em conta do que um sistema de metrôs, por exemplo.

BINA: quem está me ligando?

Todas as vezes que seu telefone tocar e um pequeno aparelho informar qual é o número de quem está efetuando a ligação, agradeça ao eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai, inventor do BINA, o popular identificador de chamadas.

Mundialmente utilizado, o aparelho é capaz de rastrear quem está efetuando a chamada através da identificação de sinais e modulações de frequência. Projetado e patenteado em 1977, mas lançado só cinco anos depois, o BINA significa que “B (o receptor) identifica o número de A (quem está ligando)”.
 
(Fonte da imagem: Submarino)

Ainda na década de 1980, Nicolai recebeu o reconhecimento internacional pela invenção. Em seguida, entrou em uma polêmica sobre direitos autorais com operadoras brasileiras, que vendiam seu aparelho sem a devida autorização.

O uso do etanol: um substituto real para a gasolina

Antes da década de 1970, quando o assunto era combustível para automóveis, ninguém imaginava que haveria uma alternativa real para a gasolina. Foi aí que aí que o engenheiro Urbano Ernesto Stumpf desenvolveu e patenteou uma série peças que constituíam o motor a álcool, abrindo as portas do etanol para o mundo.

 
 O Dodge 1800, primeiro carro a álcool no Brasil. (Fonte da imagem: Wikipédia)

Cinco anos depois, após a primeira grande crise do petróleo, o governo brasileiro entendeu a necessidade de apostar na invenção e lançou o Pró-Álcool, um programa nacional que incentivava o uso do combustível em veículos brasileiros.

O plano deu certo: atualmente, o país é o segundo maior produtor, o maior exportador e o primeiro a atingir o uso sustentável em etanol. O sucesso também é garantido pelos investimentos agrícolas na coleta da matéria-prima (no nosso caso, a cana-de-açúcar), mas a política sustentável brasileira também é reconhecida lá fora.

H2Life: a água potável que vem de você mesmo

Imagine-se perdido em alto-mar ou vítima de um desastre natural. Sem água potável para beber, a desidratação é inevitável. É aí que surge uma das salvações, que no futuro pode estar em seu kit salva-vidas: um canudo que filtra a urina e a deixa própria para consumo.

O curioso aparato é de invenção brasileira, do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi. O canudo realiza duas filtragens, que eliminam resíduos e substâncias da urina, além de uma purificação, que a deixa livre de bactérias e outros organismos que poderiam ser prejudiciais. Seu uso principal seria em situações de risco, como resgates, além de ser presença obrigatória em kits de sobrevivência.
 

Vai um gole aí? (Fonte da imagem: Revista ALFA)
Tem garantias do Inmetro, que aprovou totalmente o produto.

Walkman: o som portátil é coisa nossa

 

(Fonte da imagem: Sony)
O aparelho portátil da Sony, que revolucionou a indústria fonográfica ao dar liberdade às pessoas de ouvirem o que quiserem com um aparelho que pode ser carregado no bolso, tem suas origens em terras brasileiras. Nascido na Alemanha e criado no Brasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 o primeiro reprodutor estéreo de áudio portátil (utilizando as finadas fitas cassete), sob o nome de stereobelt.

Ele até registrou as patentes em vários países, mas a Sony iniciou a produção de seu produto anos depois sem a devida autorização ou realização de pagamentos a Pavel. Foi apenas na década de 2000, após muita pressão sobre a empresa, que os royalties foram finalmente concedidos ao legítimo inventor do aparelho.

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