Presidiário usava celular para acessar redes sociais
Agentes penitenciários do Presídio Regional de Passo Fundo, no norte
do Rio Grande do Sul, recolheram um celular e um chip que um homem
usava, dentro de sua cela, para fazer amizades e postar seus dados e
fotos nas redes sociais da internet, na noite de segunda-feira (19).
Segundo o titular da 4ª Delegacia Penitenciária Regional, José
Frighetto, o serviço de Inteligência, que já vinha investigando o caso,
recebeu uma denúncia anônima de que as redes sociais estavam sendo
acessadas de dentro da casa de detenção por Herbert Mozert Zimermann
Moreira, de 28 anos, preso desde dezembro de 2010 sob acusação de
tráfico de drogas. Os agentes foram até a cela e encontraram o aparelho
e, o que é mais raro, o chip.
Feito o registro policial, o equipamento foi recolhido e o acusado de
uso irregular foi colocado em isolamento, onde ficará por dez dias.
Nesse período, uma investigação deve indicar como o aparelho chegou à
cela, como era usado e se houve participação ou negligência dos
funcionários. A perícia também vai apurar o conteúdo das mensagens
postadas e recebidas por Moreira.
Segundo Frighetto, uma análise inicial mostra que o presidiário usava
as redes sociais para se comunicar com familiares e amigos e exibir
fotos. "Num primeiro levantamento não se observou relações com delitos",
afirma, em uma referência às postagens, que exibem imagens de visitas
de familiares e do pátio do presídio, e às mensagens, que tratam da
busca de amizades. Quando a investigação estiver concluída, será
remetida à Justiça para avaliação. Frighetto explica que o juiz decidirá
pela aplicação de sanções disciplinares ao usuário ou não.
Embora seja o primeiro caso de acesso a redes sociais de dentro de
uma penitenciária de Passo Fundo, a apreensão de celulares é bastante
comum, tanto na região quanto em todo o Rio Grande do Sul.
Frighetto
conta que já houve casos de varreduras feitas pela manhã, à tarde e à
noite, encontrarem e apreenderem aparelhos em poder dos apenados. Uma
tática empregada pelos usuários é aproveitar a facilidade do tamanho
para esconder o chip e esperar até a chegada de novos aparelhos que,
muitas vezes, são lançados de fora para dentro do presídio por cima dos
muros.
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