Estudantes confinadas no sábado têm opiniões opostas sobre Enem

Pouco antes de entrar para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Curitiba, Caroline Ribas, de 17 anos, esperava sozinha no Colégio Estadual do Paraná (CEP), neste domingo (23). Para ela, o sábado (22) foi vitorioso, com uma prova “bem fácil”, apesar das questões de química e física, pelas quais não tem “muita afinidade”. Ela diz, que, no geral, “fui bem”.

No terceiro ano no Ensino Médio, quer cursar Direito – porque, segundo Caroline, tem justamente mais aptidão para a área de humanas. Os dois primeiros anos do curso, ela fez em uma escola particular confessional, “razão pela qual não aguentei ficar mais um ano”. Ela se refere ao cabelo pintado de vermelho e ao estilo de roupas, itens não aceitos no tipo de escola que ela frequentava. Agora, é aluna de uma escola pública.

“Se alguém acha que o ensino público é obrigatoriamente ruim, na comparação com uma escola particular, está muito enganado”, defendeu. “O ensino na minha escola é bem forte, não tenho do que me queixar”. Mas nem todo curitibano pensa da mesma maneira.

Renata de Lira, de 24 anos, acha que “o Enem é muito exigente, pelo nível de estudo das pessoas do Brasil”. Ela deixou a escola há algum tempo, e para se preparar para o Exame confiou em dicas de sites enviadas por e-mail. “Sem contar que ontem eu estava exausta quando comecei a prova”.

Renata e outros cerca de 30 estudantes sabatistas (pessoas que guardam os sábados por motivos religiosos) ficaram confinados em uma sala das 13h às 19h no primeiro dia de prova. “Só que quando a gente recebeu a prova, ainda tinha sol, porque estamos no horário de verão. Esperamos mais cerca de uma hora. Quando a gente saiu daqui [do CEP], já era quase meia noite”.

Para ela, “não tem cabimento o Enem ser feito em dois dias. Ou ainda, porque não fazem no domingo e na segunda-feira?”. Diz que chegou cansada neste segundo dia e que duvidava de um bom desempenho – apesar de ter conseguido, pelo Enem, em anos anteriores, uma bolsa do Prouni, que perdeu “por problemas de saúde”.

Quando notou que a colega de turma culpava, em parte, o confinamento por ter ido mal na prova, Caroline, a primeira entrevistada desta matéria, quis falar de novo com a reportagem, e disse que “uma coisa não tem nada a ver com a outra. Guardar o sábado é uma decisão pessoal, ninguém foi obrigado a isso”.

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