Otimismo com a Europa perde força e Bovespa cai 2%
A Bolsa de Valores de São Paulo opera em baixa nesta segunda-feira, depois de ter subido mais de 7% na última semana.
No início do pregão, que a partir desta segunda-feira vai operar das
11h às 18h (Brasília) por conta do horário de verão, o Ibovespa já
mostrava queda. No fechamento, o índice registrava desvalorização de
2,02%, cotado em 53.911 pontos.
O vencimento de opções sobre ações influenciou a operação do
Ibovespa, que foi em grande parte pressionado pelo desempenho das "blue
chips" Petrobras e Vale. No fim do dia, os papéis preferenciais da
petrolíofera perdiam 1,73% e as ações preferenciais da mineradora caiam
3,51%. Juntas, as duas empresas eram responsáveis por um quarto dos
negócios do Ibovespa.
Além de uma devolução natural dos ganhos da última semana,
investidores mostram certo desânimo com a falta de medidas concretas
para dar um desfecho à crise europeia.
Na Europa, as bolsas chegaram a registrar leves ganhos no começo do dia, mas fecharam em queda,
com os investidores avaliando a promessa feita no fim de semana pelos
países do G-20 de resolver a crise de dívida da zona do euro. Por lá,
o otimismo da última semana também perdeu força, principalmente após
comentários desanimadores de autoridades europeias sobre a situação da
região.
Para os economistas do Banco Fator, a declaração da porta-voz da
chanceler alemã, Angela Merkel, de que a solução para a crise pode
demorar mais que o esperado retira alta das bolsas na Europa, pressiona
as bolsas da região.
Além disso, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse
que não é realista esperar uma solução definitiva para a crise de dívida
da zona do euro durante a cúpula da União Europeia no próximo fim de
semana.
O otimismo também é reduzido pela falta de soluções concretas vindas
da reunião do G-20, que terminou no último fim de semana. Os analistas
da Lerosa Investimentos afirmam que os líderes globais reunidos no
encontro deixaram claro que a questão da dívida europeia deve ser
resolvida no próximo fim de semana.
“A reunião do G20 durante o final de semana, por um lado, não trouxe
decepção aos mercados, por outro, não demonstrou nada de novo. O que
fica é o claro recado dos países para a união europeia de que a questão
da dívida deve ser resolvida durante o próximo final de semana, no
encontro dos líderes do bloco,” afirmam. Com isso, na opinião dos
analistas os mercados devem operar sem tendência definida, "no clima de
esperar para ver.”
Nesta semana, os investidores da bolsa de valores brasileira estarão
de olho na decisão do Copom para a taxa básica de juros brasileira, a
Selic. “A não ratificação de cenário mais complicado na Europa poderá
fazer o BC local a mostrar alguma sinalização de mudança de estratégia,”
diz a equipe da Lerosa Investimentos em relatório. Na última reunião, o
Copom optou por um corte de 0,50 ponto percentual na taxa.
A semana também terá resultados de desempenho das empresas no
terceiro trimestre do ano, que serão anunciados no decorrer dos próximos
dias.
(Com agências)
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